sexta-feira, 9 de agosto de 2013

For The Love Of Gods - Deuses da Guerra

  Há muito tempo atrás, quando os Deuses eram venerados, ocorreu uma história.
  Todos os Deuses da Guerra organizaram uma competição para saber quem era o maior guerreiro da Terra. Thor, Hórus, Ares, Ogum, e todos bradaram a notícia aos quatro canto do planeta sobre a disputa que seria sediada pelos Deuses.  Chegado o grande dia, os mais aclamados guerreiros de todo o mundo se reuniram no Stonehenge. Thor invocou um trovão, anunciando ordem e atenção. Hórus tomou a palavra a palavra, dizendo:

— Hoje, vocês provarão seu valor e batalharão pelo título de maior guerreiro do seu mundo.

Ares tomou a palavra e disse-lhes:

— Tenham em mente que o vencedor poderá exigir o que quiser como recompensa.

  O local fervilhou com os ânimos exaltados dos guerreiros que gritavam para o alto seus gritos de guerra e balançavam suas armas acima da cabeça. A possibilidade de ser exaltado por todos os cantos do mundo era uma oportunidade inimaginável e que valeria a maior honra àqueles que dedicaram suas vidas à se tornarem guardiões de seu povo.

— Então que comece o torneio. — bradaram os Deuses.

  Durante dias e noites houve batalhas sangrentas, honrosas, belas e mortais. Os Deuses se encantavam com tamanha perícia. Nunca pensaram haver tanta determinação no ser humano. Alguns mais técnicos, outro mais selvagens. Toda sorte de estilos estavam reunidos e determinados a fazer de tudo pelo presente dos Deuses. Via-se martelos gigantes esmagando os membros de seus oponentes, lanças perfurando órgãos com a destreza de um mestre de kung fu, espadas abrindo corte profundos na pele alheia. Tudo sendo observado com a tranquilidade de um monge. Para eles, aquilo era algo costumeiro e nenhum pouco impressionante. Após exaustivos sete dias e sete noite, havia um vencedor. Um jovem maia se tornava, naquele momento, o maior guerreiro do mundo. Ogum perguntou:

— Tens habilidades únicas na Terra, meu jovem. O que desejas como prêmio de tua conquista?

  O rapaz lembrou-se do fatídico dia em que saíra para defender seu povo. Passou semanas em guerra contra uma tribo vizinha. Retornou para casa com as mais diversas feridas, seu corpo encharcado de sangue, mas em momento algum pôs-se a chorar. Sua motivação em retornar era o amor de sua vida que havia ficado com o resto do povo. Voltar era seu maior sonho. Quando a guerra acabou e ele retornou, pela primeira vez, derramou-se em prantos por dias inteiros.

— Morrer, Meu Senhor!

  O silêncio ecoou no local. Os Deuses ficaram atônitos com a resposta do rapaz.


— Você viajou incontáveis distâncias, batalhou dias e noites inteiras e, agora que venceu, diz querer morrer? Não lhe entendo. Se fosse teu real propósito, terias morrido no meio da batalha.— disse Ares.

— Meu orgulho como guerreiro não permitiria. Alguns anos atrás, saí de minha tribo por causa da guerra e ao retornar, minha amada foi sacrificada aos Deuses. Minha determinação e força provém somente dela e da minha vontade de revê-la.

  Os Deuses observaram a humanidade desde o início. Eles os viram levantar suas espadas por ganância, ódio, inveja, mas nunca por sacrifício, pensando no próximo. Eles se curvaram à dignidade e princípio daquele homem.

— De acordo, rapaz. Peça! — ordenou Hórus.
— Como Maior Guerreiro da Terra, eu peço o direito de reencontrar minha amada.
— Que assim seja. — disseram os Deuses.
  E o rapaz desapareceu. E os Deuses presenciaram a força que um amor tem.


Ramon Arcanjo






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