domingo, 14 de julho de 2013

Somente Uma Sexta Feira

  Um dia simples e comum onde tudo dá a entender que permanecerá do jeito que está, pode acabar se tornando algo inimaginável. E foi assim que tudo começou na manhã nublada de uma sexta-feira quase qualquer. Serena acabara de acordar e após tomar banho, se dirigia à cozinha.

  Lá, encontrou um bilhete do qual não se lembrava e dizia o seguinte: "Chego na tarde de sexta, espero que nada tenha mudado". Não se recordou à quem o bilhete se referia, pois ao escrevê-lo, achou a mensagem suficiente. Decidiu ver TV, na esperança de que relaxar traria sua memória à tona. Ao ver um filme matinê sobre dois amigos que juraram nunca se separar, espantou-se com o que veio a sua mente.


— Gabriel vem me ver. Depois de esperar tanto, ele realmente vem me visitar. Como pude ser tão boba a ponto de esquecer?!

  Seus olhos brilhavam como uma gota d'agua ao refletir o sol. Mal podia esperar para que a pessoa que passou a infância ao seu lado pudesse lhe abraçar de novo, como há anos atrás.
  Ao arrumar seu quarto, encontrou um par de algemas que ganhou de sua melhor amiga, lhe trazendo recordações da ocasião: "Não importa o quão retraído possa ser, todo homem adoraria algemar uma mulher. Ou pelo menos toda mulher adoraria que seu homem algemasse-a".
  Por simples segundos, Serena se perdeu em sonhos eróticos que em sua cabeça duraram uma eternidade de prazer ilusório. Ao direcionar seu olhar para o relógio em sua estante percebeu o real tempo que já havia perdido.

— Meu Deus! Já são 14h, não acredito que sou tão distraída. Não achei que arrumar meu quarto levaria tanto tempo. Preciso tomar outro banho, achar o que vestir, arrumar meu cabelo e me maquiar. Preciso me apressar.

  Rapidamente se dirigiu ao banheiro, no qual tomou um banho rápido. Saiu mal seca do banheiro e foi para o quarto, sem se dar conta da pequena trilha de pegadas molhadas que deixou pelo caminho. Logo buscara a roupa mais bela para fazer jus ao seu amigo.

— Achei minha saia! Mas onde está minha camisa preta decotada? —Lembrou de tê-la deixado na varanda, secando.

— Aaaahhhhh!!! Não acredito nisso. — Exclamou Serena ao ver que o repentino vento havia embaraçado seu cabelo. Seus olhos reluziam enquanto lágrimas lhe subiam e dizia:

— Alguém realmente pretende detonar meu dia.

  Porém, não pretendia deixar que esses imprevistos a impedissem de ter um dos melhores dias de sua vida. Pegou seu secador de cabelos e sua escova e determinada a ficar linda, atraente, como Gabriel lhe dizia brincando que ela nunca seria. E após 30 minutos de incessante trabalho, seu cabelo estava perfeito. Já eram 16h quando ela terminava de se maquiar e a campainha tocou. Correu até a porta com seu coração acelerado, suas mãos trêmulas mal conseguiram girar a maçaneta. Enquanto a porta se abria, formava-se a imagem de um novo corpo onde habitava a alma de uma pessoa que ela conhecia há anos.

— Oi, Serena! - Disse Gabriel, enquanto sorria suavemente.

“Você tem que dizer alguma coisa. Deixa de ser besta” - Pensava ela, enquanto perdia a fala mediante a presença de Gabriel. Foi quando ela pulou em direção dele e o abraçou. Tudo que podia pensar era como aquele momento era mágico.

— É muito bom ver você.

— Que bom. Por um momento achei que fosse a casa de uma mudinha. — Disse ele enquanto não conseguia desviar o olhar do decote de Serena.

— Bobo. Não cansa de me provocar? Entra logo. — Disse ela enquanto sorria pelo canto da boca.

  Sentaram no sofá e começaram a conversar as mais diversas coisas.

— Nunca pensei que um dia você fosse ter músculos. — Comentou Serena com um enorme sorriso no rosto.

— Nem eu pensei que você fosse trocar suas varetas por pernas. - Disse Gabriel com cara de cínico.

  Os dois riram, e por horas conversaram sobre a época em que estiveram separados e até os biscoitos de Serena agradaram a Gabriel, que não fazia idéia que ela pudesse ser alguém tão caseira. Anoiteceu e antes que ele fosse embora, ela queria-lhe mostrar seu quarto. Sem perceber lhe apertou forte a mão e o puxou. Infelizmente foi inevitável que os dois escorregassem na poça d'água deixada por Serena. E na tentativa de se equilibrar, ela acabou na parede, presa pelos braços de Gabriel.
  Por longos instantes se olharam nos olhos e disseram:

— Acho que não dá mais pra fingir que você é a mesma garotinha de anos atrás.

— Então melhor a gente começar a brincar como gente grande.

  Então pela primeira vez, eles se beijaram e sentiram um desejo que nunca imaginaram sentir um pelo outro. Foram em direção ao quarto, onde Serena não conseguia separar sua boca da dele. Ele puxou seu cabelo e mordeu seu lábio. Sentia-se bem e começou a tirar a camisa de Gabriel.
  Seus rostos se aproximavam e suas respirações se entrelaçavam na cama como se eles fossem um só. Ela mordia o pescoço dele com tamanha força que causava uma dor extremamente prazerosa.
  Lentamente, ela descia sua boca pelo seu peito e logo começou a tirar o cinto de sua calça e puxá-la. Com delicadeza ela o masturbava e então passava a língua envolta do seu pênis. Ele não conseguia raciocinar em tal situação com sua melhor amiga. Colocou a mão sobre a cabeça dela e lentamente a empurrava. Nunca pensou que a boca dela poderia ser tão prazerosa.
  Foi quando a puxou pra cima, decidido a dar a ela a melhor sensação de sua vida. Tirou sua blusa e começou a morder seu seio esquerdo, enquanto massageava seu seio direito. Ele se deliciava com os gemidos que ela tentava abafar enquanto mordia os lábios. Deslizou suas mãos pelo corpo dela até colocar três dedos dentro dela e mexê-los cada vez mais rápido. Não se continha e começou a gemer cada vez mais alto. Então Gabriel levou sua boca até lá embaixo e puxou sua calcinha com os dentes. Apertou suas pernas com força e subia sua língua quente pela perna dela até adentrar seu corpo. Serena se retorcia de prazer enquanto soltava leves gritos de excitação.
  E foi enquanto puxava o lençol com as mãos, percebeu que tinha deixado as algemas em cima da cama. E num surto de perversão...

— Me algema na cama. Eu quero que você me domine. — disse Serena com um tom de voz imperativo.

  Ele sem hesitar algemou seu braços nas barras da cama e começou a penetrá-la devagar enquanto a beijava e lhe arrumava o cabelo. Seus olhos se encontravam e era como se um fizesse parte do outro. Enroscados nesse fetiche amoroso, nenhum dos dois sequer lembrava que um dia eram amigos, era como se estivessem se conhecendo naquele momento. Pareciam pessoas diferentes das que conheceram, mas ao mesmo tempo se deliciavam com um prazer que não poderia ser concedido por um estranho qualquer.
  Serena exclamou com uma voz suave e excitante:

— Mais forte, eu quero mais!

  Gabriel não se continha e começou a penetrá-la cada vez mais forte e mais rápido e os gemidos dela aumentavam cada vez mais, o que somente tornava cada vez motivado. Serena enroscou suas pernas no corpo de Gabriel. Foi quando ela soltou um grito extremamente alto, que sua respiração desregulada e ofegante mostrava que ela tinha atingido o prazer que desejava. Ele a soltou e já era tarde da noite, não poderia mais voltar pra casa. Foi quando se olharam e como se soubessem o que o outro pensava, se abraçaram. Os dois haviam tido a melhor noite de suas vidas... juntos. Em uma noite de lua cheia branca, cobertos com o corpo um do outro, seus maiores desejos haviam se realizado.



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